sábado, 7 de fevereiro de 2009

Meu Blog mudou de visual

Olá fiéis leitores. Não fiquem assustados! Vocês não estão em um endereço errado, tá? Apenas decidi preparar um espaço mais leve pra vocês. Quero que sintam-se em casa no meu blog, por isso, mudei o modelo e o título, assim, teremos um contato mais informal. Gostaram? Opinem na barra de comentários.
Entrem e sintam-se realmente em casa!

Humanidade robotizada


Amigos leitores, desculpem a minha demora por cada postagem. É que como passo 6 horas por dia trabalhando em frente a um computador , chego em casa gritando por contato humano e real. Por isso, demorei a escrever nesse meu recanto.

Eu seu que os avanços tecnológicos, iniciados desde o século XIX e que continuam sendo explodidos no cenário atual é vislumbrado por nós, afinal, somos seres humanos, e como pessoas somos sedentos por novidades. As empresas, claro, investem pesado! E nós, não queremos estar excluídos do que nos rodeia, do que já faz parte das conversas nas rodas de amigos. Imagina, você? Não ter acesso a internet? Um cúmulo né? Você nem tem esse direito, coitado.

Mas, eu estava pensando...será que o mundo sem tanta tecnologia não seria mais humano? Nossa...hoje se faz notícia sem precisar sair de uma redação. Nós jornalistas, conversamos sobre aumento da tarifa de ônibus, ouvimos as reivindicações dos bancários pela queda da redução de juros (Selic), imaginamos a manifestação sem nem poder sentí-la, vê-la acontecer, sem nem ao menos olhar nos olhos do entrevistado. Entrevistamos por telefone. É a era do Web jornalista e eu faço parte desse nicho. Nossa! A comunicação social passa a ser virtual.

A internet é um instrumento com uma potencialidade que facilita as nossas vidas, agiliza conversas, gera comunicação com pessoas distantes, mas, ela nunca pode ocupar o lugar real da nossa vida. Quando estamos navegando na internet, estamos em um "não lugar", como disse Pierre Levy, no livro "O que é o virtual". Pensamos que saimos do lugar, mas não saimos. Acaba que isso se torna tão comum em nossas vidas, que se deixarmos, viveremos robotizados, aceitando informações por e-mail, sem ter como checá-las, ouví-las, e sendo obrigados a apenas imaginá-las e confiar no que imaginamos, no que ouvimos.

Bom seria, se a internet não reinasse tanto em nossas vidas e se a opção primordial do mundo capitalista fosse nos estimular a tomar um sorvete com um amigo que não vemos há muito tempo, ou, poder fazer uma notícia, após ter testemunhado uma manifestação, um ato público. Ver o rosto da revolta, é diferente de ouvir alguém contar! Ouvir as vozes dos excluídos, restituídas em apenas um grito por justiça social, é diferente de coletar informações sobre os pontos reivindicados.
Bom seria, se tivéssemos a coragem de falar aos nossos amigos ou conhecidos, tudo que demonstramos por meio do virtual. Bom seria se eu pudesse desabafar pra o mundo, tudo isso, mas, o mundo não ouviria, por quê estão todos muitos dispersos, com tantas coisas pra fazer, tantos e-mails pra enviar, ligações telefônicas pra fazer, fax pra mandar, digitalizar, armazenar. Tanta tecnologia que promove distância, ou aproximação.
Depende de você, que pode optar por abraçar alguém, ao invés de instruir um mouse e escolher a opção selecionar. Pense nisso. Que as tecnologias sejam para complementar os nossos relacionamentos, e não para ser o único instrumento de ligação entre os seres humanos. Afinal, somos humanos, não temos CPU, nem hadware, disco rígido, nada disso! Temos alma, coração, sentimentos, vontades, desejos e tudo o mais que só nós, humanos, podemos sentir.




domingo, 25 de janeiro de 2009

Pré-caju: desvendando a fantasia

Rompem-se de forma ilusória a verdadeira vida. Esquecem da crise financeira, do desemprego, do trabalho infantil, da violência dos tantos vícios dos quais depende a sociedade. A massa popular e até a elite abraçam a fantasia, enfrentam multidões para tocar no Cauã Reymond, enbebedam-se de uma alegria passageira que só alimenta a cultura de massa e enche os bolsos dos artistas que vivem do Glamor originado, principalmente pela Televisão, seguindo pela força da comunicação das revistas, do rádio, da moda e tantos outros valores que influenciam a vida do povo.
Dançarinas semi-nuas sobrem nos trios elétricos exibindo o "bumbum" e pousam para as lentes das câmeras. Dançam músicas que banalizam o valor do seu próprio corpo e estimulam a imaginação erótica masculina. Crianças brasileiras perdem a infância,amanhecem o dia catando latinhas jogadas no chão pelo povo, e pelos políticos também. Até os jornalistas se rendem de corpo, alma e voz, a adoração pelos artistas, como se eles não fossem pessoas normais só por quê cantam pagode e aparecem da televisão. Isso tudo, não podemos divulgar.

Mas, como jornalista e como pessoa, só aqui posso expressar minha misericórdia para com os vendedores ambulantes que pernoitam nas calçadas, com lençois finos e expostos ao frio. Só aqui, posso noticiar a compaixão que sinto pelas crianças que trabalham enquanto todos se divertem, que pouco têm o que vestir e precisam catar latinhas para comer melhor. Enquanto isso, milhões circulam para o bolso dos artistas, que fazem politicagem ao subir no trio, enaltecendo os gestores públicos. Claro, são eles que mantém, com o dinheiro do povo, " a maior prévia carnavalesca do Brasil", na "capital da qualidade de vida". Não é assim?
O Pré-caju é um cenário perfeito para o consumo de drogas, onde seres humanos tentam se esconder por traz de prazeres. Onde beijos e corpos são prostituídos. Não falo da prostituição envolvendo dinheiro, em que mulheres ficam a espera de clientes no Centro da cidade, depois das 22 horas. Falo da renúncia do amor próprio, do respeito aos sentimentos, do pouco valor que as pessoas estão dando pra si mesmo e para o outro.


ALIENAÇÃO

Assim, como Max Weber, vejo que a mídia, e os valores que ela impõe induz comportamentos, aliena pessoas, alimenta a riqueza de um nicho de empresários e cúpula de artistas que acumulam renda, em troca dessa tal alegria distribuída no chamado corredo da folia. Tão distante da verdadeira alegria, tão distante da verdadeira paz, da verdadeira vida, dos verdadeiros sentimentos que nos fazem bem por dentro, e por fora. Tudo tão aparente, maquiado, passageiro. Tão passageiro como um trio, uma banda, um bloco, um abadá.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Escrever, escrever...






Por Tamires Franci

..................................


Decidi que todos os dias buscarei escrever. Não quero a frieza imposta aos profissionais de comunicação. Não quero seguir modelos que já existem. Escrever como já escrevem. O mundo capitalista já é tão robótico, tão frio. Quero fazer diferente, pelo menos neste espaço. Acompanhem-me.


Hoje, procurava na internet, ler qualquer coisa sobre jornalistas iniciantes. O jornalista Franklin Martins ( Ex- Rede Globo) ensina que o jornalista deve ler tudo! tudo! Ler sem parar. Quanto mais lemos, mais escrevemos. Até revistas em quadrinhos e bula de remédio devem entrar no ritual. Então, o mesmo serve para a escrita. Devo escrever, escrever. Mesmo que hoje eu não queira escrever sobre o que foi noticiado pelos jornais. Escrever, ao menos retalhos de pensamentos dos outros que tão se parecem com os meus.

"Jogada na arena dos leões: as redações, com colegas vividos e conhecedores dos assuntos. Sinto-me pressionada pelo tempo e pelas responsabilidades. Por vezes, me sinto afundar nas incertezas e indecisões do dia-a-dia". (Por Thaís de Mendonça Jorge).

"A palavra sempre esconde mais do que revela.
Ler é saber entender o que se esconde por trás do não-escrito.
É entender o não-dito camuflado no dito". (Franklin Martins)



segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Centro de Ressocialização ou jaulas?


Por Tamires Franci

Eu só vi poeira. A polícia gritou: " Fuga no Cenam". A cirene dos carros da polícia e os tantos pneus sob a estrada de barro fez muito barulho. O repórter pediu pra o cinegrafista " fazer imagens" dos carros saindo em direção ao Cenam. Depois, o motorista acelerou. Quando chegamos ao local, percebi que fora o estardalhaço da policia, a situação já tinha sido normalizada.


Oito adolescentes internos romperam a barra de metal de uma das celas e tentaram fugir pelo telhado, mas foram flagrados pela polícia civil. Os moradores disseram que viram um garoto entrando no matagal. Foi especulação. Policiais da tropa de choque contaram os garotos e nenhum conseguiu fugir.

O Tenente Coronel Rocha disse que é comum tentativas de fuga próximo ao natal. O cinegrafitsa disse ter visto um dos policiais batendo nos internos, quando perceberam que a TV ía filmar, eles pararam. Fiquei imaginando o quanto esses meninos apanham e se alimentam de água e bolacha seca, quando tentam fugir.
Observei que neste contexto alguns policiais se sentiam super heróis, super dotados de armas, munição, coletes e aquela farda. Sei que se eu fosse uma adolescente interna também tentaria fugir, não iria me contentar em morar em uma escola de osciosidade.
Um espaço chamado de Centro de Resocialização, ou hotel "5 estrelas", como disse um dos policiais. Na verdade, eles vivem como animais enjaulados. É assim que o sistema ressocializa pessoas? Sistema capitalista não aprendeu a criar medidas preventivas. Só se aprende a punir pessoas. Medida punitiva, tal é a segurança pública.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Blitz Flagra Condutores de Ciclomotores sem Habilitação

Foto: Tamires Franci

Por Tamires Franci

Quem passou pela Avenida Tancredo Neves, no início da manhã de hoje, foi surpreendido com uma blitz realizada pelo Detran.
Desta vez, a fiscalização é para condutores de ciclomotores que transitam na capital. “As exigências são habilitação categoria A, ou a Autorização para Circular com Ciclomotores - ACC, além da obrigatoriedade do uso de capacete”, explica o tenente do DETRAN, Alexandre Cardoso.

O condutor Antônio Augusto desabafa: “Eu estou sendo pego desavisado. Não divulgam a informação e eu estou aqui sem saber o que fazer”. Os ciclomotores possuem velocidade de no máximo 50 km/h, mesmo assim, as exigências são as mesmas. Hoje, muitos condutores foram pegos desprevenidos, por falta de informação. O decorador Marcelo de Jesus, foi flagrado sem habilitação e sem a autorização necessária. “Eu não sabia que precisava de habilitação “A”, para dirigir uma moto dessa que tem apenas 49 cilindradas, é um absurdo”.

O a
ssessor de comunicação do Detran André Carvalho afirma que, no ato da compra, todo condutor de ciclomotores deve ser avisado quanto a exigência da habilitação. Aqueles que foram pegos transitando de forma irregular não foram multados, mas, sofreram penalidade. “A moto fica retida e só liberamos, quando outra pessoa conhecida do condutor, que possua habilitação venha pegar o veículo”, pontua o assessor.

Comentário

Era da Informação? Uma Era onde idéias, culturas, estruturas, leis de interesse público devem circulam com rapidez? Mas, será que as informações correm mais rápido, do que o próprio homem? Há homem que produze a informação, mas, há também aquele que não consegue consumí-la. Não alcançá-la é sinônimo de contratempos e desencontros. A sociedade contemporânea se organiza, se relaciona, se estrutura, por meio da comunicação.


Ela evitaria contratempos, como esse, enfrentado pelos condutores de ciclomotores. A desinformação prova que a massa da população encontram-se apática. Falta acesso a informação, ou as pessoas, não as buscam? Você sabe o que aconteceu no último capítulo da novela? Ficou sabendo da final do jogo entre Confiança e Guarani? Mas, você não sabia que para dirigir ciclomotores é preciso habilitação?

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

III Feira do Livro Inspira Versos e Poesias

Foto: Tamires Franci


Uma festa onde as palavras ganham sentido. O segundo dia da III Feira do Livro foi inspirado por uma noite de saral, que teve início por volta das 20 h. A arte é embalada pelos sentimentos e compartilhada entre sergipanos. A cada intervalo de palmas, um novo artista subia ao palco central, arqueado do lado de fora da Biblioteca Pública Epifânio Dória.

Na voz de José da Boa noite, a poesia existe, resiste e insiste. “Não há poeta só, nem sozinho se faz poesia”, recita. Além de versos, prosas e poemas, um clamor social a favor do culto a leitura foi pronunciado pela artista plástica Luiza Leon. “Nós percebemos hoje um desinteresse por parte da sociedade, em especial o público jovem em ler poesias, e é papel nosso fazer brotar nas pessoas o gosto pela poesia".
A feira reune escritores, cordelistas e até historiadores dispostos a fazer outras pessoas habitarem pelo universo das palavras. Os escritores Carlos Conrado e Lucas Livinstone aproveitaram a ocasião para colocar a venda suas obras literárias. “O livro ‘Bim Laden ataca Aracaju’ é uma comédia que trás a hipotética situação em que Bim Laden vem até Aracaju executar os planos deles”, explica Lucas, acrescentando que a obra trás histórias divertidas junto a uma crítica social e política. A Feira do Livro prossegue até domingo dia 02, mas a poesia continua acontecendo, torna-se, para muitos, o pão de cada dia.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Longa Fila para almoço gratuíto torna-se um momento de descontração e bom humor

Por Tamires France
Os protagonistas da Feivest ocuparam o minihopping, localizado em frente ao bloco C, e formaram uma fila quilométrica que durou pouco mais de 1 hora. O motivo da concentração? A Universidade Tiradentes ofereceu almoço gratuito em um dos restaurantes da instituição. Quem pensa que as pessoas perderam a descontração enquanto esperava, engana-se.

Para fazer juz ao evento, o clima era de feira livre. Afinal, não são todos os dias que é possível almoçar no restaurante Xino, sem pagar nada. O cenário era curioso: gente querendo ‘furar’ fila, pessoas com pés descalços, e nas bandejas pratos caprichados.
O momento de longa espera inspirou alternativas para não perder tempo. Enquanto aguardava sua vez, o universitário Thiago Barbosa estava com bloquinho e caneta a postos para escrever seu texto de cobertura televisiva sobre o evento. “Fui a locadora, e escolhi um filme, enquanto isso, os meus colegas reservaram lugar pra mim. Depois voltei e comecei a escrever”. Minutos depois, lá estava Thiago, com texto pronto, e um caprichado almoço.

Quem estava na fila, nem percebeu o tempo passar e garante que deu muitas risadas. "Eu aproveitei pra conversar com o pessoal, olhar o movimento do evento”, revela a universitária Maristela Niz. E quando questionada se valeu a pena esperar, logo vem a reposta: “Foi demorado, por conta da quantidade de gente, mas valeu a pena esperar porquê a comida tava muito boa!", comemora.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Fórum Carismático discutirá aborto e eutanásia

O evento promoverá a reflexão humana sobre as escolhas diárias tomadas em meio a uma sociedade globalizada e capitalista


Os dias 12 e 13 de julho serão marcados pela realização do II Fórum Carismático para Jovens, que será realizado no Rincão da Comunidade Canção Nova, de Aracaju. Com o mesmo tema da Campanha da Fraternidade, Escolhe, pois, a Vida, o evento é realizado pela Comunidade Católica Força Jovem – CCFJ e acontece a partir das 8 h da manhã.

O objetivo do evento é promover reflexão sobre as escolhas diárias tomadas em meio a uma sociedade globalizada e capitalista, onde os valores tendem a ser homogeneizados. A prática do aborto, da eutanásia e pesquisas com células troncos, entre outros temas polêmicos, serão discutidos durante o II Fórum.

A mesa redonda será formada pelo psicólogo Pedro Pires, a ginecologista Sônia Melo, a teóloga Irmã Ivete, o Doutor em Bioética Pe. Valtewan Correia e Pe. Luizinho da Canção Nova. As bandas Revela Cristo, e Só em Deus também se apresentarão durante o Fórum. Além disso, os integrantes da Comunidade Católica Força Jovem estarão atuantes por meio de adoração, animação, show acústico, e apresentação cênica do espetáculo Celebrai a Vida.

Com a expectativa de receber 600 pessoas, as inscrições já estão abertas e podem ser feitas na própria sede da Comunidade Força Jovem, localizada no bairro São José, Travessa Adolfo Rolembergue, nº 51. O telefone é 3221-3663. Os interessados também poderão se inscrever no mesmo dia da realização do evento, na portaria da Comunidade Canção Nova.



* Assessoria de Comunicação da Associação Força Jovem - Tamires Santos


quinta-feira, 24 de abril de 2008

Reflexões sobre violência doméstica precisam vir à tona

Por Tamires Santos

Termina na próxima semana o prazo para a polícia concluir as investigações sobre a morte da menina Isabella Nardoni. Ela morreu no dia 29 de março após ser espancada, asfixiada e jogada da janela do 6º andar do prédio. O pai e a madrasta, Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá são os suspeitos do crime.

Ao retratar tantas vezes o assunto, faz-se um júri midiático, que atribui a sociedade o direito de “bater o martelo” e quase confere aos suspeitos a posição de “réus”. O tempo ancioso do jornalismo, parece não ser o mesmo tempo cauteloso necessário para o andamento dos inquéritos policiais.

Enquanto a mídia pressiona resultados de apenas mais um caso de violência contra o universo infanto-juvenil, muitas Isabellas são violentadas pela família, pela sociedade e pelo Estado todos os dias.

Profundas reflexões sobre a violência doméstica precisam vir à tona. Caso contrário, essa indiferença pode ser retribuída para a sociedade, por muitos meninos e meninas que têm seus direitos violentados.

Políticas públicas de combate a violência deveriam ser intensificadas pelo Estado e divulgadas pelos veículos de comunicação. Isso é também fazer bom uso do "quarto poder".
A sociedade não pode esquecer que as violações contra os direitos da criança e do adolescente são constantes. Tão constantes e tão repetitivas quanto a cobertura jornalística de algumas emissoras de televisão, ao tratarem de apenas um caso, em meio a um universo de meninos e meninas que gritam por socorro e padecem por falta de amor.

Se a violência continuar reinando, outras Isabellas correm o risco de desenvolverem comportamentos semelhantes aos de Cleverton Santos, apelidado de “Pipita”. Lembram? E o que fazer agora com as crianças que são violentadas com a mesma idade da Isabella e possivelmente até guardam para si o sentimento de desamor? E se outras crianças vítimas de violência desenvolverem a mesma conduta do adolescente Cleverton?

A psicologia explica que as vivências apreendidas durante a infância são registradas no subconsciente e marcam para sempre a personalidade de uma pessoa. E eu digo: a criança que é agredida hoje será o adolescente agressor amanhã.

__________

*A foto utiizada para compôr essa reportagem está disponível no site: http://kontrastes.org/retratos-sociais/infancia-roubada/ e não é de minha autoria.

terça-feira, 22 de abril de 2008

"Imprensa e democracia são irmãs siamesas", diz ministro

Por Tamires Santos


"Democracia é a menina dos olhos da Constituição". "É a massa de manobra no palco das decisões políticas". Essas frases pronunciadas salientam que no espaço democrático não deve haver mistérios entre o Jornalismo e o Direito e que a democracia deve vigorar nas duas áreas.
"A Lei de Imprensa soa como algo que inibe, constrange, ergue barreiras e se contrapõe à simbologia da Constituição", declarou o ministro em entrevista para o Jornal Cinform semanas atrás. E no tocante ao debate sobre poder judiciário e comunicação democrática, que aconteceu no período de 15 a 18, o Ministro do Supremo Tribunal Federal, Carlos Ayres Brito lembra que "a imprensa e a democracia são irmãs siamesas".
Para estreitar relações entre a imprensa e o judiciário, o seminário Poder Judiciário e Comunicação Democrática, teve como platéia jornalistas e radialistas sergipanos, como também estudantes de comunicação social.

Na ocasião, o ministro Carlos Britto lembra que uma imprensa livre é manejada com qualidade. Principalmente, quando não se limita a noticiar, mas também, analisa, comenta, censura, investiga e até denuncia desvios de conduta. Além da democracia, a ética também se tornou um valor essencial e planetário que deve moldar tanto o judiciário como também o trabalho jornalístico.

A Lei de Imprensa esteve no palco das discussões durante o seminário, representada pelo ministro como uma contraposição à Constituição, uma vez, que é inspirada em valores e desvalores da mesma. “A Lei de Imprensa foi aprovada em 1967, durante o chamado tempo de chumbo, e por isso, ela não pode vigorar mais igual”, declarou o ministro.

Praticar o Direito a luz da Constituição foi necessidade enfatizada por Carlos Brito. “O ser das coisas é o movimento. O observador atento ao objeto investigado reage de forma inédita e desencandea reações". Ao mencionar sobre a vocação de administrar a justiça, ele pontua: "O Direito não é só uma coisa que se sabe, mas algo que se sente”.
_________
* A foto utilizada para compôr esta reportagem não é de minha autoria. Ela está disponibilizada no site: http://decio.globolog.com.br/

segunda-feira, 21 de abril de 2008

Nos bastidores...

Foto: Marcelo Freitas







Por Tamires Santos

Caros leitores, não posso deixar de compartilhar com vocês, a minha primeira experiência como aprendiz de repórter. Neste texto, deixo a tal imparcialidade de lado. Essa foto foi em uma conferência ministrada pela secretária de comunicação do Estado, Eloísa Galdino. O evento aconteceu na sexta-feira, 18, como parte da programação da Semex. A primeira cobertura jornalística a gente nunca esquece. Antes que ela aconteça, a gente lembra de todas as “dicas” que memorizamos nas aulas da Universidade.

Neste dia, me convenci que o jornalista precisa reter o seu medo de errar. Sabia? Precisa ser uma pessoa muito bem resolvida, digamos assim. Eu já tinha acompanhado algumas gravações de alguns colegas da equipe do Unit Notícias, como produtora, mas a tensão aumenta quando a câmera e todas as pessoas ao redor te olham, só por quê você segura um microfone. É preciso agarrar-se na vontade maior de buscar e divulgar a informação, por quê alguém do outro lado, precisa ouvir o que o jornalista tem a dizer.

A entonação precisa fazer de uma simples frase, a grande notícia. A notícia que vai “segurar” o telespectador no sofá da sala. No meio de uma multidão é preciso reconhecer as fontes, formular bem a pergunta, posicionar bem o microfone, jamais tratar o entrevistado de “você”, e selecionar o quê de mais importante precisa ser narrado. Transmitir verdade, segurança, fidelidade e humildade ao entrevistar alguém. O jornalista é um pobre necessitado das suas fontes, digamos assim.

Teoricamente, é tudo muito simples. Mas, quando saímos dos bancos da universidade, e passamos a ser co-autores de uma reportagem, sentimos nossas pernas tremer. O amor pelo trabalho precisa ser mais forte para contê-las firmes. Respirar fundo é uma forma de convencer o cérebro que está tudo bem.

Enquanto a adrenalina pulsa forte, a fala do entrevistado pode ser uma “carona” para formulação de outra pergunta. Nesse momento, é preciso olhar nos olhos, mas sem tapar os ouvidos. Todos os seus sentidos devem se conectar com a grande “ágora” para que o jornalismo aconteça: a informação. É nela que o repórter deve pegar carona.

E por falar em carona, não poderia deixar de falar sobre o trabalho do cinegrafista. Ele é o grande companheiro. Sem ele, não existe o jornalismo de TV. Quem iria captar as imagens? Afinal, as imagens falam mais do que mil palavras, não é mesmo? Imagine ligar a televisão e só ouvir a voz do jornalista, sem imagens alguma.

É isso, leitores. Em meio ao fato, o jornalista age como interventor de uma realidade, mesmo sentindo o famoso friozinho na barriga. Em cada experiência dessas, é preciso se vestir de coragem para noticiar. Obrigada por "ouvir" o que tenho a dizer.


terça-feira, 15 de abril de 2008

Fragilidades sociais são discutidas durante a 2ª Semex


Por Tamires Santos


A abertura da 2ª Semex - Semana de Extensão da Universidade Tiradentes, que aconteceu nesta segunda-feira, 14, reuniu universitários, professores e a comunidade em geral. O evento rendeu expectativas suficientes para lotar o Teatro Tiradentes de participantes.

“O conhecimento a Serviço da Comunidade”, foi o tema do evento, cuja solenidade teve início às 19h30. Na ocasião, a promotora de justiça Conceição Figueiredo, do Núcleo de Apoio a Infância e Adolescência, do Ministério Público Estadual, chamou a atenção da população para o universo infanto juvenil que se encontra em situação de vulnerabilidade social.

“O que os olhos não vê o coração não sente”, pronunciou a promotora, ao proferir que a sociedade sergipana precisa olhar com mais atenção para o adolescente em conflito com a lei, os meninos em situação de rua e as meninas vítimas de violência sexual.

Discutir as fragilidades sociais e socializar os resultados dos trabalhos universitários, desenvolvidos em diversos setores da sociedade aracajuana, são os desafios da 2ª Semex que pretendem ser atingidos durante o evento que prossegue até sexta-feira, 18.

A noite foi marcada pela entrega do 2º Prêmio de Extensão, que honrou os projetos desenvolvidos pelos alunos. O 1° lugar compete ao projeto desenvolvido por estudantes de Psicologia, intitulado Extensão Multidisciplinar: capacitação com cuidadores a partir das atuais repercussões políticas e comportamentais nos abrigos de Aracaju-SE. Aos alunos do curso de Farmácia coube o 2° lugar para o projeto intitulado Uso correto das plantas medicinais. O projeto premiado em 3º lugar foi de Habilidades Sociais do Coqueiral, desenvolvido também pelos alunos do curso de Psicologia.

A palestra ministrada pela professora Débora Nunes, presidente do Fórum Nacional de Extensão das Universidades de Ensino Superior Particulares, encerrou a solenidade de abertura. A professora Débora traçou um histórico da extensão universitária no Brasil e a sua aplicação como forma de conhecimentos consolidados. O consumismo, o meio ambiente, e o capital foram alguns pontos ministrados pela palestra que reteu a atenção do público até às 21h30.


Fotos: Tamires Santos
















_____________


*Texto institucional

sábado, 5 de abril de 2008

O surTO da InopeRÂNCIA


Charge: Miriam Salles
Por Tamires Santos

Pessoas que aguardam nas unidades de saúde para serem atendidas. Poucos médicos para tantos pacientes. Casos de mortes anunciados a rigor pela mídia local, nas últimas semanas. Com a morte da menina Ana Carla Alves, de 3 anos, o número de vítimas aumenta para cinco.

A Secretaria Municipal de Saúde de Aracaju lançou uma campanha de combate à dengue, com o slogan “A dengue pode matar...”. Mas, já evidenciamos que a dengue realmente mata. A Secretaria pede o apoio da população para combater a doença. Mas, coincidentemente, a população é quem mais precisa da eficácia do trabalho da secretaria, no combate a dengue.

Quando a Política de Pão e Circo obscurece as lacunas no sistema de saúde, a voz da sociedade representada pelo Ministério Público exige laudos e ações da Emsurb no sentido de fiscalizar casas, clubes e lugares onde existam piscinas e possíveis focos da doença.

Mesmo assim, ainda há um surto de terrenos baldios com pneus, vasos, entulhos, esgotos a céu aberto, lixos, ou recipientes que acumulam água parada. Quando não se resolve as causas, com ações preventivas é impossível impedir as conseqüências. A distribuição de folhetinhos explicativos à população sobre a doença é pouco para assegurar a saúde do povo. Quantas “Anas Carla” vão precisar morrer?

As comunidades dos bairros periféricos da cidade aparentam ser mais vulneráveis ao surto da inoperância. Não é preciso ir muito longe para detectar ambientes que proliferam os focos da doença. Enquanto isso, a Força Tarefa, que tem o objetivo de eliminar focos e lavas do mosquito da dengue, ainda não chegou no bairro Santos Dumont, como revelou uma moradora da localidade, para um telejornal, hoje, 05.

Resta admitir que estamos em meio a um surto da inoperância política. Serviços que não são prestados a contento. Muito além de um surto de dengue, parece que vivenciamos surtos de omissões, indiferença e inoperâncias. Surtos que não podemos ver, nem tocar, mas que devastam o direito à dignidade humana e que parecem mais assustadores que o próprio mosquito da dengue.

terça-feira, 25 de março de 2008

Cadê o jornalismo?

Por Tamires Santos
Em entrevista coletiva publicada na revista Caros Amigos deste mês de março, o jornalista Luis Nassif coloca em cheque a ética jornalística e a linha editorial de uma revista de renome no mercado nacional. O jornalista denuncia que na redação do veículo, já houve inversão dos dados de uma pesquisa feita pelos jornalistas Pompeu de Souza e o D’Alembert Jaccoud.

O ex-profissional da determinada revista detalha que apesar da pesquisa realizada comprovar que o candidato a presidente pelo MDB, Euler Bentes General, tinha uma votação boa no Congresso contra o candidato João Baptista Figuereido, a revista simplesmente, inverteu os números, manipulou a informação para demonstrar o contrário. Segundo Nassif, os jornalistas que se sentiram lesados organizaram um abaixo assinado, mas, a luta pelo vigor jornalístico resultou em uma demissão em massa dos profissionais da redação.

Sobre isso, ouso pronunciar que o capitalismo é como um polvo com vários tentáculos que agarram todas as relações sociais, transformando tudo em mercadoria, inclusive o trabalho jornalístico.

Este relato remete a discussão sobre a ética e a objetividade jornalística tão discutidas atualmente nos bancos das Universidades, e que por vezes, são silenciadas por profissionais submissos a linha editorial de algumas empresas que percorrem uma desenfreada corrida pelo capital.

Por vezes, as virtudes do jornalismo são reféns do sentimento de propriedade que alguns veículos de comunicação exercem sobre as informações. A realidade da determinada revista que circula em âmbito nacional e que vende milhões de exemplares nas bancas, retrata que algumas empresas se rendem aos apelos do mercado, infiltrando inverdades, omissões, ou terminologias sensacionalistas e antiéticas, só simbolizam a busca pelo lucro.

Enquanto os jornalistas Pompeu de Souza e o D’Alembert Jaccoud seguiram a risca o que está presumido no Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros, quando diz que “o profissional não deve submeter-se a diretrizes contrárias à divulgação correta da informação”, o veículo, em uma atitude ditatorial findou demitindo os jornalistas que defenderam a veracidade e legitimidade da notícia.

Ao que parece, a ética jornalística e a moral do determinado veículo entraram em conflito. O código de ética admite que o jornalista é responsável por toda a informação que divulga, desde que seu trabalho não tenha sido alterado por terceiros. Mas, contrariando a teoria, Luis Nassif denuncia que os profissionais eram perseguidos na própria redação do veículo, por defenderem a verdadeira versão dos dados da pesquisa.

Por essa e outras contradições relatadas na coletiva concedida a Caros Amigos, o jornalista corajosamente age como portador da voz de tantos outros profissionais, principalmente quando questiona: “Cadê o jornalismo”?

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Um carnaval sem festa...

Ao som do frevo alternativo do Bloco Papelão, crianças e adolescentes recolhem latinhas vazias jogadas no chão, pelos foliões durante o pré-caju. Os Policiais Militares (PM) responsáveis em encaminhar os meninos e meninas em situação de risco, para o Conselho Tutelar, não o fizeram.
Prova disso, é que o conselheiro tutelar Daniel Max garantiu, nessa segunda-feira, 14, para reportagem do Jornal do Dia, que “o levantamento dos casos atendidos durante a festa revela que não houve encaminhamentos de crianças e adolescentes que trabalharam durante a prévia carnavalesca”.
A exploração não foi noticiada em nenhum dos principais jornais impressos da capital, ao contrário, as machetes apresentaram títulos glamurosos, acompanhados de fotografias de foliões eufóricos e de famosos que conquistaram a adoração da massa popular e coloriram as folhas da imprensa.
Ouso dizer que o espírito carnavalesco distorceu a suposta idéia de um jornalismo com responsabilidade social. Pouco se pensou na mídia como instrumento mobilizador para a garantia dos direitos da criança e do adolescente.
O plano de ação conjunta que foi discutido em audiências conduzidas pelo Ministério Público, não conseguiu assegurar o que estabelece o Estatuto da Criança e do Adolescente, no art. 60 “é proibido qualquer trabalho a menores de dezesseis anos de idade, salvo na condição de aprendiz”.
Capacitar melhor a PM para operar no Carnajú 2008, pode ser uma alternativa, mas não suficiente para combater esse tipo de violência. É preciso uma política profunda que priorize o setor humano.
Um carnaval sem festa”. É o que resta para a infância e para a juventude em situação de vulnerabilidade social.

____________________
Referências
Jornal do Dia, p. Cidades 05, Cássia Santana – 15/01
Art. 60 do Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

Segurança Pública é uma máscara para o flagelo da violência

Por Tamires Santos

Em Aracaju, a imprensa sergipana noticiou nesta quarta-feira, que foi encontrado as margens do Rio Sergipe, no bairro Coroa do Meio, o cash eletrônico do Banco do Brasil, roubado e extraviado, no último dia 07.

Já não deveria causar impacto, notícias que denunciam assaltos, homicídios, violência sexual, principalmente contra o universo infanto-juvenil, contrariando o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
A partir de amanhã, 10, a capital de Sergipe é cenário da maior prévia carnavalesca do Nordeste. A proposta da festa é oportunizar momentos de entretenimento, no entanto, a ocasião também é propícia para as ações violentas. Sabendo disto, o secretário de Segurança Pública, Kércio Silva Pinto, vai realizar uma ação preventiva intitulada “Operação Pré-Caju” que visa coibir o tráfico de drogas, e a violência no Estado, durante os quatro dias de festa.

Em audiência realizada na terça-feira, 8, no Ministério Público do Estado, a promotora de Justiça Conceição Figueiredo do Núcleo de Apoio a Infância e Adolescência (Naia), reuniu conselhos tutelares, e representantes da entidade SOS Criança e do Juizado da Infância e Juventude do Estado de Sergipe. O objetivo é discutir o trabalho preventivo em parceria para a garantia dos direitos da criança e do adolescente.

A segurança em Sergipe, embora se esforce, mal disfarça sua ineficiência. Indicar que as pessoas evitem andar em locais mal iluminados é uma das meras ações preventivas indicadas pela Polícia Militar. Dicas de prevenção apenas mascaram para a sociedade o dever do poder público em assegurar a iluminação como um direito pleno do cidadão. O curioso é que as operações de combate e prevenção à violência são tratadas como algo emergencial somente em ocasiões “festivas”.

Infelizmente, depois dos quatro dias de festas, o uso de entorpecentes e a violência voltam a ser um flagelo social enraizado no cotidiano. Não nos enganemos. Existe a violência enquanto existir a marginalização social. A marginalização social vai existir enquanto houver acentuadas desigualdades, que tornou-se comum por causa da má distribuição de renda. A pobreza gera cólera enquanto não houver investimento assíduo em educação de qualidade. É um ciclo selvagem. As medidas de prevenção são ralas e superficiais. São máscaras de prevenção e nada mais.

_______________________
Artigo publicado no site da 103 fm:
Disponível em: